quinta-feira, 17 de julho de 2014

A importância da visibilidade e o reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo

por Frederico Oliveira


Sob aplausos do público e dos movimentos sociais de defesa da população LGBT, foi ao ar nessa última quarta-feira (16/07) na novela "Em Família", da TV Globo, as cenas do casamento civil das personagens Clara (Giovana Antonelli) e Marina (Tainá Muller). 

O casamento entre pessoas do mesmo sexo foi uma conquista recente na realidade brasileira possibilitada inicialmente pelo reconhecimento das uniões homoafetivas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em maio de 2011. O avanço desse entendimento fez com que, em maio de 2013, o CNJ (Conselho Nacional da Justiça) - órgão máximo de controle dos atos administrativos das atividades vinculadas ao Poder Judiciário - determinasse a obrigatoriedade de todos os cartórios a realizarem o casamento civil, independente da orientação sexual dos nubentes.  

Na trama, a cerimônia foi finalizada com um emocionante beijo dado pelas personagens, o que também trouxe visibilidade para a realidade da uniões homoafetivas que, inclusive, foram contabilizadas no último senso feito pelo IBGE (2010). 

A visibilidade do casamento entre pessoas do mesmo sexo é importantíssima para possibilitar o reconhecimento dessa realidade na sociedade, retirando a homossexualidade da paralisante situação de menosprezo social cultivado por séculos de arraigado preconceito e discriminação. 

Conforme ensina a filósofa Nancy Fraser: "O não reconhecimento consiste na depreciação de tal identidade pela cultura dominante e o consequente dano à subjetividade dos membros do grupo [aqui as lésbicas e também as demais pessoas da sigla LGBT]. Reparar esse dano significa reivindicar 'reconhecimento' ", o que de certo modo foi cumprido pela emissora com a afirmação de uma parcela da população, ainda, socialmente estigmatizada. 

Que essas cenas possam servir para neutralizar a indiferença e o preconceito dirigido ao casamento civil de homossexuais. Que vença o amor e que pereça o ódio e todas as formas de discriminação, inaceitáveis na moldura constitucional vigente. 

Divulgação Globo

Divulgação Globo

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