Vejo por aí algumas pessoas dizerem que foi exagero da mídia ou da militância ao apontar como RACISMO o episódio da torcida gremista, que xinga o goleiro do Santos de "macaco". Isso quando não se escuta: - foi só uma "brincadeira" ou "zoação".
O discurso de negação da cultura do ÓDIO se repete nesse caso e em casos semelhantes, como percebo todos os dias com a injúria homofóbica e transfóbica. Ou as pessoas são loucas ou fingem de louca pra justificar essa perversa CULTURA DE INFERIORIZAÇÃO do OUTRO como ingrediente que dá vida ao CRIME DE ÓDIO.
Nesse sentido, a HOMOFOBIA e a TRANSFOBIA estão inseridas no contexto da lógica do RACISMO, cabendo, pois, ter o mesmo tratamento diante das conseqüências danosas que ambas as condutas trazem para o convívio social das respectivas minorias ainda tão marginalizadas.
Se alguém tem dúvida, é só olhar para as estatísticas que demonstram o abismo social entre brancos vs. negros; heterossexuais vs. homossexuais; cisgêneros vs. transgêneros. Aproveite também e olhe o abismo no campo das oportunidades do mercado de trabalho, emprego e educação.
Quem é que vive um inferno pela marca de sua condição humana? Nunca ouvi falar de alguém sendo agredido, assediado moralmente ou morto pelo motivo de ser branco, heterossexual ou cisgênero, ao passo que, no outro lado dessa moeda as estatísticas são alarmantes.
Se falamos em direitos iguais e liberdades, não caberia ao Estado no dever de atender o bem de todos sem preconceitos, tomar medidas enérgicas para corrigir o peso dessa marca escravizadora que inferioriza certos grupos de seres humanos de forma tão perversa?
Diante da endêmica doença social do preconceito e da discriminação, vejo que a criminalização para punir com maior rigor as condutas que externalizam o ódio é um mal necessário e se justifica na necessidade de se combater suas danosas conseqüências.
Nenhum comentário:
Postar um comentário